No chão secular da minha aldeia
longe do mar
acaba de nascer
numa noite fria à luz da candeia
Maria que chora ao colo de minha avó
cascos apressados ouve-se no caminho
há luar no rosto, frio de rachar
rodas chiando na pressa de chegar
neste chão da aldeia pra menina ver
meu avô correndo para abraçar
minha avó sorrindo, minha mãe chorando
meu avô feliz, minha mãe mamando.
 
No chão secular da minha aldeia
longe do mar 
numa manhã de agosto
não há luar
há gente que ora e gente que chora
um jovem beija a mão de Maria
e nesse dia de oração e pranto
de dor e lagrimas de tanto sofrer
escreve um poema de lágrimas no rosto
adeus minha mãe eu te quero tanto
adeus minha mãe não te vou esquecer.
 
 
 
 
 
 
 

 
 

santos silva
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