Os meus dias de vida vão passando

Como passa o verdor na primavera,

Quando as pétalas de flores vão secando,

Dando vez às folhas secas, a quimera!

 

Tudo tem nessa vida o tempo certo;

Já nos prova uma lei da natureza,

E mostrando o real bem mais de perto,

Ela desfaz as manias de grandeza.

 

Não temerei se o estágio que chegar

Como algoz a calcinar o meu porvir

Nem tampouco deverei me lamentar!

 

O culpado fui eu mesmo, me perdi,

Pois as flores nunca vi desabrochar

No jardim do meu lúgubre existir!

 

Autor: José Rosendo

Nazarezinho, 02 de maio de 2006