Como se fosse fácil viver
Jorge pulava para todos os lados
Encantado com uma simples borboleta
Seus olhos sempre arregalados
Girando o corpo feito uma roleta
Eu, entristecida já
Olhava-o com certa surpresa
Cheia da vida como era vivida
De todas as coisas odiosas
Jorge parecia uma alma desprendida
No meio de todos aqueles corpos
E sem nenhuma pretenção
Chamei pelo cachorro
Jorge veio correndo
Abanando seu rabo ao descer o morro
Deixando a rua para entender o que eu estava querendo
Abracei-o fortemente e agradeci
Pelo mundo encantado que me fez ver
Que no meio de tantas pessoas más
Havia sim uma forma de ter
Um dia ou apenas um momento que fosse de paz.
Catherine Graco
© Todos os direitos reservados
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