Por vezes sou quem os outros querem que eu seja.
Mesmo autônomo, mesmo tendo minhas regras, cismo
Em deixar passar amores, a mulher ideal e tudo decai no abismo
Daquilo que quis para mim e não tenho, mas que a alma deseja.
Quantas brigas e discussões por trivialidades levadas a sério...
Quanto de ti em mim e vice e versa?
Já não sou o mesmo, porque vivo a mentira sem conversa:
Mudos diálogos entre quem eu era e o que caminha ao cemitério.
Sinto falta do tempo da liberdade e estranhamentos.
O mundo era sombrio, mas havia menos responsabilidades.
As discussões eram caminhos para paixões, possibilidades...
O que faço para te resgatar, musa banhada no alheamento?
É preciso viver em lamúria para não reconhecer os erros...
Vale o orgulho sabendo que o amor perde-se nele?
Que fazer para reconciliar a simplicidade com o complexo dele?
Não me reconheço... Queria voltar, mas jogo-me em enigmáticos aterros...
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