Dia denso… Arrepios intensos… Uivos!

Abutres que cruzam os céus meio cinza

Rodopiam sobre as árvores do cemitério

Festejando o odor da areia úmida e rala.

 

Profundo nevoeiro entrelaça as criaturas

E as leva aos confessionários da atmosfera

A sorver o pânico estarrecedor dos trovões

Que respondem aos riscos dos relâmpagos.

 

Torrencial chuva desaba sobre as tragédias

Encaracoladas da natureza… Encruzilhadas

Mortas pelo terrorismo homicida dos ventos

 

Que circulam destoantes dentre os caracóis

Usurpadores do néctar e do orvalho vegetal…

Não há silêncio… Há ecos do medo da noite!

 

 

De Ivan de Oliveira Melo

 

 

 

 

 

Ivan de Oliveira Melo
© Todos os direitos reservados