Deita sobre a folha, branca e nua,
A pena em riste, alma negra e fina.
Descortinando a senda, desatando a sina,
Lançando segredos, todos, pela rua...
 
É garimpeiro, cata letras pelo chão.
É joalheiro, transforma palavras em poesia.
Converte cascalhos de ideias em utopia,
E devaneios, tantos, em sim e em não.
 
O poeta nunca tem medos ou tem pudor,
Lapida riso, querer, lágrima, dor,
Compondo rimas para todo mundo ler.
 
E, em filigranas, a cada verso, em cada fragmento
Faz uma retina, pálida e triste, ganhar alento,
Faz um coração, de amor, enlouquecer.

Mônica Gomes
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