Martelando pedras lascadas

Pra dizer que não falei das flores
Destruíram meu jardim e plantaram a rosa de Hiroshima
Para não destilar o ódio dos homens hipócritas, me armo de rimas
Não desejo desfilar de salto alto sobre muralhas de volts
Nem usar como respaldo o assalto aos próprios bens
Quem patrocina a justiça e a assassina é muito cidadão-de-bem
Bem leigo e cego, trocou Jesus, por Judas e Gérson


Presidente pedala, crise abala, opositores assaltam à bala e dessa lama é o povão que não sai do lugar
Somam os problemas em parcelas passadas de gastanças alheias para eu pagar
Dê-me um grama de soma para atenuar a dor, do calvário condicionado pelo Sr administrador
Desse novo mundo admirável, não tão amável, Freud explica, Ford complica!
Às engrenagens bem justas interligadas, prefiro meu parafuso solto
Ébrio de pensar se há outro mundo num universo mais desenvolto
Enquanto vejo jovens enrolando a língua de overdose por verdades tão voláteis


Do PC querem dar um close certo, mas quando estou mais close dos fatos vejo coisa errada
Enciclopédia se perde para Wikipédia e hipnopédia
Tem partido progressista, que ainda está na Idade Média
A fragrância dominante renasce do formol, exalando escatol
Perguntei a um jovem o que achava do defeito da paisagem e da sombra do sol
A resposta foi tão medieval, que até me deu peste bubônica
Quando o véu de Isis se rasgar, quero ver sua reação atônita!


Olá, alfa, desculpe pelo desrespeito
É que sua verdade absoluta deixou minha mente obsoleta
Tu me ofereces ópio, me causas ódio, potencializando minha caneta
Mas inibe o amor aos meus merecedores, ao perder meu tempo com supérfluas dores
Tiremos as roupas, preciso alcançar o topo da pirâmide, antes da tempestade de areia
Engordei na santa ceia, gravei o canto da sereia, para não cair no conto do vigário

Não sabem a farsa do descobrimento, não conhecem o Uzbequistão
Desconhecem a própria lei, enchem a cara e fumam desde criança, fingindo não saber onde é que os ‘’beck’’ estão
Explicações tão pós-modernas para homens das cavernas, cuja vida é um embate preparado para o abate
Nosso corpo é mais um tijolo na parede de uma fábrica de imagens, no estilo ‘’The Wall’’ ‘’the dark side of the mundo’’
As vitrines trazem inveja e egrégoras caóticas, o underground é uma blindagem de cultura, que livra a espontaneidade do mercado e sua lógica
Minha vida é paralela, não aparece na tela, por isso dizem que não existo, nem sou nada, porque, eu sendo eu, tendo a ser de tudo um muito.
Voto no Dunha, elejo Cunha, estou cansado, amargurado, nem a farra sara, espero estar enganado, tento ir embora para Pasárgada, mas a Babilônia me amarra! (Vou ter que voltar, companheiros, a soma acabou, multiplicai, Senhor.. ops, Ford)