Observador do Cotidiano

 

Martírios de um cotidiano vazio e selvagem

Cravado na alma do mundo que  o presente

É o medo em cores refletido na imagem

Do tempo que o amanhã então é ausente

 

Pálido sorriso pela face que o torna miragem

Esperança morta do futuro perpétuo distante

Lastima a dor com o olhar refém à paisagem

Que o prende ao fictício colorido do instante

 

Imperfeições cobertas pelo disfarce do manto

Em doce ilusão quando o olhar cego e em vão

É tardio a tudo que em duração lhe foi engano

 

Pela realidade que escondida por trás do plano

Derrete-se pela razão ao chorar de emoção

Pelo destino que o fim não lhe foi humano

 

 

Murilo Celani Servo
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