Todos oss dias caem trovões em meu quintal,
quitntal que chamo de meu, cárcere verbal,
e os recolho sem luvas, sem proteção,
ainda vivos, a respirarem fogo,
os levo até a lareira e lá os jogo,
um a um, atordoados,
sem pedir licença
vou embora
ainda febril...
Quando contei este fato a um poeta amigo meu,
desses que dividem lágrimas como se o choro fosse pão,
ele riu, me disse que eu estava louco
para me transformar em vulcão,
homem em chamas,
lava, coração,
eternidade...
Prieto Moreno
© Todos os direitos reservados
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