Aos domingos, meu pai me levava pra ir pescar,
Acordava cedo e tudo preparava: Anzol e tarrafa.
Comprava pão doce e enchia de café a garrafa.
E na velha bicicleta íamos juntos ao cais do mar.

Passávamos o dia e a noite na pescaria,
Mas, o que mais me deixava deslumbrado,
Era deitar na areia e ver o cêu estrelado.
Aquecido pela fogueira, que papai acendia.

Hoje, ainda deito na areia e vejo as estrelas,
O lindo mar, a velha bicicleta, o mesmo cais...
Essas coisas eu ainda posso vê-las!

O que mais doi é a saudade que do peito não sai,
A lembrança do pescador que não pescou mais...
E essa dor infinita de ter perdido meu pai!

Carlos Cintra
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