PERGUNTAS INSISTENTES E SEM RESPOSTAS


De Luiz Humberto

 

De onde vem esta brisa que sopra saudades de você?
De onde vem estas lembranças me dizer quem foi vc na minha vida?
Até quando suportarei ser o celeiro das recordações de nós?
O sol sempre é o mesmo. As árvores mudam. O riacho segue o seu percurso 
Mas eu não, eu te espero, como nos espera o mesmo sol sempre. Espero-te como espero que as árvores não nos deixem.               Espero-te como esperam vir os frutos na sua estação frutífera.
Os pássaros vão e vêm dentro de seu tempo. As flores caem, mas a natureza fica.
E me restam as mesmas perguntas sem as respectivas respostas;
De onde vem esta brisa?
De onde vêm estas lembranças?
Até quando recordarei o que já não existe de real entre nós?
- Pintamos um quadro bucólico de uma relação conflitiva - irreal
Construímos um porto inseguro e seguramente, não ancoramos nele por medo.
Fechamos um pacto com certezas duvidosas dos compromissos a serem cumpridos
E as mesmas perguntas a rodearem nossos medos sempre a questionar:
De onde vêm as lembranças destas brisas?
De onde vêm estas brisas trazendo tais lembranças?
Até quando suportarei o que já não existe de real entre nós?
Há um tempo para a espera. Há um ciclo a se fechar e outro a se abrir
Há um velho a morrer e um novo a nascer. 
Há um ritmo para tudo e tudo tem um sentido
Mas minhas respostas silenciosas não têm sentido algum:
De onde vem essa louca vontade que sobrepõe a brisa e as recordações que me trazem reais lembranças?... De onde?

LUIZ HUMBERTO
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