A inquietude me leva a transitar…
Não quer me deixar ficar.
Meu ser físico teme se deixar levar.
Mar de águas indolentes, segue inerte sua corrente.
Rio que quer desaguar, mas nunca chega a mar…
Ah, corpo, que não se entrega ao divagar!
Abraço a primeira embarcação,
a próxima direção, a condução que virá…
Me lanço ao espaço da abstração.
Minh’alma quer ganhar distância,
alcançar o longe, antecipar o que será…
despejar o peso vácuo que carrega,
dissipar névoa que confunde e cega.
Ir para onde a luz levar,
onde o mistério tende a se revelar
e mostrar o que não sou, partes de meu avesso,
o que de mim desconheço. Reviver.
O que não sou também é uma forma de ser.
Eu sou eu e meus anseios.
E meus anseios não me permitem não ser…
Vou além
com alguém, sem ninguém, porém
tiro meus pés do chão,
dou asas à imaginação
e em abandono,corro atrás do sonho…
Reviver o outono em outra estação.
_Carmen Lúcia_
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