Arrancam-me pedaços de carne, 

como arrancam memórias. 

Quebram pilares, 

vai muito pelos ares. 

Refilam por nada, 

ignoram tudo. 

Mudaram com a vida, 

e deixam a minha confusa, 

perdida. 


Ficam as memórias 

como espectros. 

Ficam as histórias, 

entre abetos

que vão sendo cortados,

derramados, 

queimados, 

sabe Deus o rumo que lhes quer dar. 

Sãos destinos.


E eu não sei o que fazer comigo. 

Procuro um ombro amigo,

ou companhia na cama?

Ambos. 

É o que me fará sentir vivo, 

sentir que alguém me ama, 

e que ainda posso amar alguém. 

Posso ver que ainda não está tudo perdido,

e que há um porto de abrigo. 


Assim seja.