Arrancam-me pedaços de carne,
como arrancam memórias.
Quebram pilares,
vai muito pelos ares.
Refilam por nada,
ignoram tudo.
Mudaram com a vida,
e deixam a minha confusa,
perdida.
Ficam as memórias
como espectros.
Ficam as histórias,
entre abetos
que vão sendo cortados,
derramados,
queimados,
sabe Deus o rumo que lhes quer dar.
Sãos destinos.
E eu não sei o que fazer comigo.
Procuro um ombro amigo,
ou companhia na cama?
Ambos.
É o que me fará sentir vivo,
sentir que alguém me ama,
e que ainda posso amar alguém.
Posso ver que ainda não está tudo perdido,
e que há um porto de abrigo.
Assim seja.
Tomás Oliveira de Andrade
© Todos os direitos reservados
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