Minha prima Vera


Transformo-te em saudade


e durante a tarde


lembro-te junto ao sol


poendo-se no horizonte


lembrança vagando ao léu


em tons que  a vida te deu


 buquê levitando ao céu


em cores multicoloridas


colhidas de cada arrebol.



Transformo-te em poesia


sem métrica, ritmo ou rima,


livre como foste e serás…


Devolvo-te a vida


e toda a magia  contida


em tua doce alegria


sorrindo pelos jardins


de onde te vejo bailar


pela  janela entreaberta


do quarto em mim guardado


em meio a flores e colibris.



Floresces entre canteiros


impregnando  teu cheiro


num tempo que não passará.


És dama da noite de lua,


és verso atravessando ruas,


és chegada, nunca partida…


Jamais serás despedida.



(Carmen Lúcia)