Uma estória de amor

Havia um escravo sedutor

que encantava a cozinha e as negras

Voz de veludo e mel na língua

lágrimas quentes na declamação

 

Um dia qualquer com destino perecível

a senhora o ouviu -

chorou, caiu de joelhos -

oh! o canto do sereio!

O negro a tomou em seus braços

e partiram para o quilombo

onde foram felizes para sempre

 

post scriptum

Pensavas, querida leitora,

que o Sinhô tinha descoberto

e mandado matar o negro!?

Mas não.

Geovani Bohi Goulart
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