NAS ENTRELINHAS...

 

 

Coração adolescente palpitava no peito.

Teus lábios carnudos

Roçaram levemente os meus,

Enquanto tuas quentes e experientes mãos,

Passaram para as minhas


Um tanto trêmulas ,

Quase infantis,

Singelo e colorido buquê

Que exalava ternura.

 

Ah ! As flores !

Perfumaram-me a alma

De maneira tal, 

Que cedi meus encantos juvenis

Aos seus mais baixos

E sedutores desejos.

 

Ah ! O buquê !

 

"Não soube ler nas entrelinhas",

Diria sábio professor de poesia.

O colorido do presente

Cegou-me completamente.

Não deixou-me ver,

Que esgueirando-se

Entre as aveludadas e cheirosas

Pétalas carmins,

Vil traição,


Ferroaria mortalmente
 
Minh'alma de mulher.
 
Que tôla fui !
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Maria Isabel Sartorio Santos
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