Tenho falta de Sutileza

Tenho falta de sutileza
 
Algumas vezes, não me interesso por sutileza, ao contrário, dou uma punhalada no que me incomoda. Por conta desse meu lado pouco sutil é que procuro me desviar de pessoas complicadas, que me aflorem o desapuro e a grossura das palavras.
Nem sempre somos cercados por pessoas sutis para aprendermos com elas. Somos misturados em um universo de bombas relógio, e aí, pela força da atração, caímos na fraqueza de dizer aquilo que poderia ter sido guardado, para que o estrago não fosse grande.
Palavras lançadas não retornam, mesmo que os pedidos de desculpas sejam sinceros, as marcas das pregadas do martelo da obtusidade permanecem.
A impulsividade de tentar dar cabo aos problemas complicados, com frases de efeito que cortam o coração de quem as ouve, só faz acirrar mais ainda os imbróglios que poderiam ter sido resolvidos com a firmeza da sabedoria.
Sutileza se aprende com o tempo, com a maturidade e, infelizmente, em situações, onde o equilíbrio da elegância foi desperdiçado na insipiência da indelicadeza. Essa é a pior forma de aprender, com o arrependimento de ter perdido a linha num momento onde tudo poderia ter sido de outro jeito.
Os sutis tratam os assuntos cabeludos de forma elegante, o que os tornam misteriosos. Eles são pessoas normais, sentem exatamente, o que os outros seres humanos sentem, apenas esperam para explodir, em lugar apropriado, a estupidez armazenada em engenhosos barris de sofisticação e finura.
Eu tenho duas opções: procurar pessoas sutis que não me agucem a arrogância ou morta fingir-me pela sutileza da hipocrisia.

20/11/2015

 
Selma Nardacci

Selma Nardacci dos Reis
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