A frieza a qual consome e devora a minha alma

Assemelha-se a um monstro a me corromper, faminto...

Vou-me afastando do bem, ficando monstruoso, cedendo ao trauma

E sinto brotar uma podridão, que é o eu original, em meu labirinto...

 

Eu guardei tanta fúria e ódio em mim que não há espaço para calma.

Tanto convenci-me de que era amargo, que o fiquei, feito absinto.

A cacofonia plena é a canção de ninar a qual me espalma

Quando durmo cansado de fintar o eu o qual a todos os dias finto.

 

Como que envolto em um manto da carniça que "perfuma"

A anomalia a qual me tornei, perdido em densa bruma,

Como retornar ao ideal do que é bom se a cólera é tão brusca?

 

Fico a retalhar-me mentalmente e estou horrível e deformado!

Talvez eu me tenha enganado no caminho e fui manipulado

Por mim mesmo a crer que há um monstro que a meu ser ofusca...