Vós ... (soneto duplo)

Vós ...   (soneto duplo)
 
Sinto a dor que trespassa o coração
Desde a ímpia e remota mocidade
Cansado de aguardar outra intenção
Que a vida me frustrou em tenra idade
 
Dos males que contra mim conjuraste
Na perfídia que o tempo não apaga
Vós que meu peito, a vós inflamaste
De paixão imortal, que não se apaga
 
Tolhendo à vida, sonhos de ventura, 
Ponde fim, a um tormento, tão comprido
Já acabei pobre de amor, desiludido
 
Vergonhoso castigo de desventura,
D’vós a mim infligido sem sentido,
Retraindo-vos, a  um pesar escondido !
 
II
 
Vós que da ventura me afastaste,
Tão cedo, ao despontar em mim a vida,
Lágrimas. Certamente as choraste
Por de teu ato, estares arrependida
 
Porém, a vida não nos dá retorno
Nem muda o curso que o rio segue
Passou o tempo. E este, sem contorno
Deixa-vos arrependida, não negue
 
Se teu amor foi frenesi, o meu não!
Senhora, o triste fim que deu a meu amor
Chorando do viver uma saudade
 
Condição cruel ao pobre coração
Que viveu uma vida de saudade e dor.
Cuidar de salvar-se, foi tua razão !...

São Paulo, 09/11/2015 (data da criação)
Armando A. C. Garcia

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