Sou androceu
tenho androfobia
nasci da androgênese
sou automato da figura humana
vivo como andrômeda
sou uma anedota
sou um anexo incorporado, apenso
sou subordinado
sou um corpo alongado
uma cabeça reduzida sem tentáculos
um assesório edificado
dependendo do outro, do principal
do que me completa
sou anatomia, o ovário, a trompa
como dependência do útero
que me carregou por nove meses
e depois me expulsou e hoje aqui estou sem saber quem sou
nossa real crise existencial. Muitas vezes queremos ser tudo, poder tudo, saber tudo e não somos nada. Temos grande valor como seres humanos. Mais somos seres perenes e frágeis. Precisamos ter mais humildade no coração para saber de fato quem somos.
Claudinha
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