Há, acaso, uma mão invisível e tirânica que nos manipula?

Uma vontade além da minha que ousa e me controla?

E se eu não souber? Serei jogado de cima a baixo como uma mola?

Quantas perguntas e tudo o que creio, este outro querer anula...

 

Sabendo que sou marionete, resisto; não sabendo, minh'alma pula

No abismo que ordenarem, feliz, saltitante feito uma bola.

Em qual lamaçal, pântano, minha humanidade se atola?

Qual banquete de miséria devorarei por mera gula?

 

Quem manda em mim se eu sequer conheço este ser?

Como renegar alguém, ou algo invisível e tão furtivo?

Será que caminho porque quero ou por que me instigam a correr?

 

Quem me colocou em xeque? Como participei deste jogo ceifeiro?

Quem se atreve a ser meu dono se sou meu senhor e estou vivo?!

E no fim da revolta, todos no mundo possuem seu titeriteiro...