Escuridão Interior

Por mais que eu tente trazer em mim um amor luzidio

Eu pressinto sempre a apatia de uma sombra em névoa,

A qual toma conta de meu interior, tornando-me sombrio...

Minha alma, se é que existe, é na escuridão que elevo-a.

 

O bálsamo que me limpa é composto por treva crescente.

Poucos me entendem, por isso vago solitário como um lobo.

Noites taciturnas e mórbidas amornam meu sangue quente

E por isso, eu vagueio a conhecer as muitas noites do globo.

 

Posso eu estar enganado, mas tal singularidade algo reserva.

Aquilo que procuro no escuro é o que torna-me distinto.

Aquela que há-de me amar, aceitará todos os meus demônios...

 

Esta escuridão interior a qual me acompanhará até abaixo da erva,

É como o saboroso e encorpado vinho tinto:

Embriaga e enche de beleza a feiúra e arquiteta ilusórios Pandemônios.