O doce amor de escrever

 Escrito, o poema toma formas, sobe e plana;
Com o mesmo ar desses poetas, a recitar
Poemas que ressoam qual corcél incansável...
Mas a pena, molhada em tinta, ama
O papel; unidos quais amantes a amar,
Com a eternidade no peito, num bordel...
 
Porém, se é cansaço ou tristeza,
O casal se separa por algum tempo
E o sangue percorre e dissipa-se
 
Como o cheiro dos lençóis, com a leveza
Do veneno de Romeo e Julieta, isso eu amo,
Pois é apenas uma criança e limpa-se...

Hugo Proença Simões
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