A vida é um rio que não é o mesmo nunca.
E um carrossel que não muda.
É um mistério sem fundo e sem culpa,
E uma obviedade surda.
 
A vida é uma carícia suave e muda.
E um insulto que machuca.
É uma carga pesada, uma corcunda,
E um vento a favor que empurra.
 
A vida é imaginação infantil absurda.
E uma escuridão de mente adulta.
É uma planície fértil, fecunda,
E uma aridez estéril e sitibunda.
 
A vida é uma dama da noite, na lida.
E uma donzela santa e contrita.
É como essas duas mulheres: pura e proscrita!
 
O casamento dos opostos: essa é a vida,
E como disse um poeta, fazendo fita:
“É a vida, é bonita e é bonita...”

Lucilla Guedes
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