MORTE DE UM POETA.

Amigo, quando na campa, por sina eu repousar,
Não chores por mim, porque tudo na vida é ilusão!
Sou um mísero sofrente que da dor quer escapar
Sou mais um simples rosto que sairá da multidão 

O fado das minhas tristezas me fez tanto pensar,
Se esta existência para mim foi severa punição;
A melodia da felicidade nunca aprendi  a cantar,
Merencória vivência, escopo de tanta altercação! 

Quando meu soma, ali inerte, não mais respirar,
Já não mais faço parte desta louca conspiração,
Deixa apenas que os vermes venham  terminar
O corpo de um lírico que só alcançou decepção.

Os clarins com toques estrídulos vão anunciar,
O retorno de um poeta a uma outra dimensão.
Meus versos de saudades em rimas vão mostrar,
A história deste menestrel que viveu em solidão.

 Rivadávia Leite

Rivadávia Leite
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