A BELA FERA

 


Dos atônitos olhos juvenis
Do capiau que aqui chegou
Curioso/temeroso

Dos alaridos, sirenes, gritos
Acostumando seus sentidos
Com a barafunda capital

Trazendo na bagagem
Saudades da cidade de origem
Tendo vertigens arranha-céus

E nas manchetes dos jornais
Tantos fatos noticiados
Miscelânea de graças e dores

Como droga inoculada
Fui ficando, dependendo,
De sua tresloucada rotina

Dia e noite
Ou noite dia
Sem intervalos

Das multidões rápidas
Formigas em trabalho
Céu azul ora cinzento

E feito mais um
Em suas entranhas
Cá aportei para ficar...

(Parabéns, São Paulo, em 25/01/2015, 461 anos de fundação)