Criança na Chuva

Criança na Chuva.

Cada casinha com sua cor
Muitas... nem muro as separavam
Saudades do interior
Lembranças que me marcavam.

O sorriso das crianças
Desabrochavam como uma flor
Nas águas que como riacho corria
Nas chuvas que São Pedro mandou.

Era uma felicidade incrível
Quando as nuvens apareciam
Ficava olhando da janela
Pra ver se os pingos caiam.

Ao cair de cada pingo
Ficava olhando pro céu
Concentrado agradecia
Ao Criador fiel.

De pingo em pingo de repente
Uma correnteza se formava
O cheirinho de terra molhada subia
E o chão torrente esfriava.

Às vezes dentro de casa
Já sentia o cheirinho
E no telhado sem forro
Aqueles pingos caiam.

O cheiro de terra molhada
Pelas janelas entrava
Corria com os amigos
Me divertia e brincava.

Chutava água no outro
Da poça que ali estava
Corríamos na correnteza
Com alegria e destreza
E nada nos preocupava.

Momentos de rara beleza
Obra da natureza
Que a mim presenteava
Proporcionando alegria
A criança que corria
na chuva que lhe molhava.

Depois que a chuva parava
Pra minha casa eu voltava
Radiante de alegria
E mesmo estando molhado
Com um sorriso estampado
A São Pedro agradecia.

Quando eu chegava em casa
Minha mãe logo me olhava
E se punha a dizer:
- Me diga: onde estava?
Vai tirar essa roupa molhada!
Para não adoecer!

No chuveiro a água era fria
Mas com a chuva ele esquentava
Então pro banho eu corria
E de pressa eu me enxugava
Pegava uma roupa seca
Em seguida me trocava.

Quando saia do banho
Minha mãe põe-se a chamar:
Vem tomar café menino!
A sopa tá bem quentinha
Pra você não resfriar!

E Depois de ter brincado
Chegar em casa molhado
Estando de banho tomado
E a sopinha pra esquentar
Terminava meu café
Corria para o sofá
Me cobria da cabeça ao pé
Televisão eu ia olhar
E a São Pedro já pedia
Amanhã manda outro dia
Com chuva para eu brincar.

 

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Josenilson Ferreira Leite
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