Cortinas abertas
Entro em cena
Não sei se estou errado ou certo
Mas minhas falas são de coração aberto
 
Fico parado e calado após o ato
O silêncio é a companheira do momento
Não há aplausos, não há plateia
Somente eu, esperando a estreia
 
Subo um degrau e desço outro
Tropeço, caio, levando e ando
Para que os erros fiquem somente por detrás dos panos
E o espetáculo agrade a gregos e troianos
 
Mas nem sempre a peça sai como ensaiado
Uma frase perdida, outra mal colocada
E tudo se perde na ocasião
Será que há tempo para correção?

 

Vitório Albuquerque
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