Mata o velho, Mata o novo,
Mata o lento, E como mata o rápido,
Mata o imprudente e também o prudente.
Mata cedo, À tarde, Ou à noite,
Na madrugada a morte é sorrateira,
Chega à espreita e mata o culpado e o inocente.
Mata o doente, Mata também o que são pensava estar,
Saúde não quer dizer nada, pois a morte não tem como evitar.
Mata o covarde, E também o valente,
Mata o escritor, o ator, professor, e até o pastor,
Mata o Papa, Presidente e Ditador,
Quem foi muito, ou mesmo quem quase nada criou,
O imortal também não escapa não, a morte o leva pela mão.
Religião não respeita, E ser ateu não vai adiantar,
Pois mesmo assim ela há de chegar.
Mata o rico e o pobre, Mata sede e fome,
Mata ganancia também,
E o dinheiro só lhe compra uma roupa diferente.
Mata o sim e o não, o talvez e o não sei,  esses morrem de vez.
Mas não mata a curiosidade de saber o que se encontra do lado de lá,
Pois os que tiveram chance de voltar, de nada conseguem lembrar.