Do   poema    extrai   a   estrofe   que   fere.

No  corte,   faz   o  verso,  que   arde  e   dói. 

Nas  palavras, embebe  o  sangue da  ferida.       

 

Trazendo  da  dor  que   fica,  um  que  a  flor da pele.

Algo  do  pouco  mais  fundo,  do  que  só  pro  fundo.

Deixando  em  carne viva  justo,  sem  a   cura  breve.   

 

Diz-me  outro  verso  e  mais  outro  que não  sei.

Sem dó,  com  farpas.  E  declamas  o   decassílabo

aos    gritos   de   emoção  . . .  mas   com   alma !

 

Aí  poeta !

Como  machuca  na  pele, 

ah !  A  poesia . . .

 


 

versejando ( ao estilo de Pessoa )
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