"... E quando tudo que podia ser ruim, tudo que podia ser doloroso e impossível se torna possível, não tenho pra onde olhar, não tenho pra quem, reiteradamente, clamar por um acontecimento funesto, não tenho com quem chorar.. só me restou o ódio e a vontade de odiar... muitos são aqueles que têm o privilégio de conhecer a dor como algo incurável, algo ímpar... feliz são estes... queria um dia, ter conhecido somente a dor, e "pensar" que aquilo era o fundo do posso.. "não quero ver pra não lembrar, pensei até em me mudar, lugar qualquer que não exista o pensamento..." existe tal lugar? Torno me inapto, miservel, desgraçado... alguém miodínico psico... esta dor surda, insistente e cada dia mais concreta, que permuta tal avidez neste momento me destrói, leva contigo tudo aquilo que um dia ditoso existiu e neste mesmo momento torna-se sem importância, sem fatuidade... sem nada... nada em sangue... vive em ausência.. Se ao menos fizesse o pedido lamuriento por não existir... se ao menos me deste tal discernimento, seria compreensível e deixaria o padecimento, todo o sofrimento, terminar com honras e méritos de um vencedor..."

Em momentos de ausência, saudades, solidão... criamos "coisas" que demonstram o sentimento mais puro da verdadeira angústia de estar só....

No meu quarto... em uma madrugada qualquer...